sábado, 14 de março de 2009

Workshop "Educar a violência: O papel da escola"

Vai realizar-se no próximo dia 14 de Março, Sábado, das 16.30 às 19.00, na Sala Alberto Lourenço, nas instalações da Igreja de Santa Isabel, Rua Saraiva de Carvalho, 2A (Metro: Rato), em Lisboa, o Workshop “Educar a violência: O papel da escola”, orientado por Helena Águeda Marujo e Luís Miguel Neto, ambos Professores Universitários.

A entrada é livre, mas com inscrições limitadas!
Inscreva-se já, para paxchristi.portugal@gmail.com, até 12 de Março.

Educar a violência para uma Cultura da Paz

Educar a violência é permitir uma tomada de consciência da situação de violência, poder reagir a esta e desenvolver a capacidade de gerir conflitos de forma construtiva e positiva. Educar a violência é permitir o desenvolvimento de uma cultura de paz e de relações não – violentas entre os humanos.

Construir uma cultura de paz não implica recusar a violência mas sim educá-la. Para tal, é necessário reconhecer que a violência é um dado antropológico e universal, mas face ao qual é possível reagir, cada um à sua medida.

Ao reconhecer que a violência, tal como o stress, ou o medo, é um recurso biológico da espécie sem o qual possivelmente não existiríamos, falar de “educação para a paz” seria quase um eufemismo para nos esquivarmos ao reconhecimento de que a violência é uma característica constitutiva de todo o ser humano e que nunca poderá ser canalizada sem antes ser reconhecida. Educar a violência teria então o objectivo de desactivar o seu potencial destruidor, para que a força, o ímpeto, e o arrebatamento possam ser utilizados em benefício do seu possuidor e de quem o rodeia.

Para detectar a violência, para nomear a coisa precisamos das palavras. Contra a tradicional tendência para ocultar, fingir, mentir e dissimular para evitar conflitos, crendo que os problemas desaparecem se não os mencionarmos, é urgente contar, ler, escrever e procurar as palavras para fazer confidências, partilhar segredos e temores, confiar e dar confiança, estruturando assim o caos em que vivemos quando não podemos dizer/nomear o que se passa. É difícil fazê-lo e é aí que pais e educadores têm a responsabilidade de educar com o exemplo no momento de verbalizar as emoções.

Mas as palavras, no máximo, servir-nos-ão de mapa, ajudar-nos-ão a localizar um território cheio de medos, frustrações, ódios fracassos ou abandonos que não se desactivam só por nomeá-los; por muito necessária que seja a sua nomeação nunca será suficiente.

No fim de contas são paixões, mais do que conceitos, o que está subjacente às manifestações de violência mais comuns.

Educar a violência, pois, por mais difícil que seja encontrar no sistema educativo e no diálogo familiar o momento para a comunicação afectiva e para a reflexão político-social. Dar um pouco mais de atenção à indagação emocional, para ver se assim conseguimos que as paixões não rebentem em estrondos cegos e aprendemos a esfriá-las com o intelecto. Para que não cheguemos sempre tarde…

Por mais tarde que seja, por mais improvável que se afigure, educar a violência é manter a esperança.

Envie para paxchristi.portugal@gmail.com a sua opinião, o seu comentário. Participe!